Até a primeira semana de maio foram notificados 19 casos de hepatites virais no município de Picuí, mais do dobro notificado durante todo o ano de 2013, onde foram notificados e confirmados 07 casos de hepatite A em crianças. Os casos notificados são de residentes do Bairro São José, Bairro Limeira e Bairro Monte Santo.
Em virtude desse elevado número de notificações, a Coordenação da Vigilância Epidemiológica, juntamente com a Vigilância Ambiental e as ESF’s, estão realizando algumas ações inerentes a estes casos, de forma a melhorar a investigação epidemiológica destes, uma vez que tais valores são indicativos de um surto de hepatite A. Esse tipo de doença está diretamente ligado a saneamento básico e condições desfavoráveis de higiene.
Até o momento, já foram confirmados 04 casos de hepatites virais. Diferente do ano passado, a maioria das notificações de 2014 são em adulto do sexo masculino. Diante do ocorrido, as seguintes ações foram feitas:
- Reunião com a equipe pedagógica da Secretaria de Educação, bem como da EMEF Pedro Henriques da Costa para informações referentes ao surto ocorrido;
- Solicitação, à 4ª Gerência Regional de Saúde, o envio de Hipoclorito de Sódio para a realização de ações de prevenção por parte dos Agentes Comunitários de Saúde e respectivas ESFs;
- Distribuição dos Hipocloritos de Sódio com as ESF e algumas escolas municipais;
- Divulgação na mídia local, através de informações sobre hepatites virais, bem como prevenção, tratamento, cuidados com a água e alimentos contaminados, assim como higiene pessoal e vacinação disponível;
- Reunião com os ACS’s para intensificar as ações inerentes ao tema;
- Visitas realizadas pelas ESFs nas escolas onde as crianças com hepatites estudam para a realização de palestras educativas e distribuição de panfletos;
- Visitas domiciliares às residências das crianças acometidas, com intuito de realizar investigação epidemiológica;
- Solicitação à Vigilância Ambiental da análise das águas nas residências em questão, bem como das escolas onde as crianças frequentam;
- Envio do relatório para a Secretaria de Infra Estrutura e Secretaria de Saúde, informando a existência dos esgotos e lixo para a tomada das devidas providências;
- Solicitação de sorologia para os comunicantes diretos;
- Averiguação da caderneta de vacina de todas as crianças notificadas com encaminhamento para a sala de vacina, para aquelas com esquema incompleto ou não iniciado;
- Encaminhamento de todos os comunicantes adultos ao setor de Imunização para a realização e atualização do esquema de vacina para Hepatite B;
- Orientação sobre tratamento, repouso, cuidados de higiene, tratamento de água com Hipoclorito de Sódio para todas as pessoas das casas visitadas;
- Confecção de panfletos informativos para distribuição com a população.
A
hepatite A é a inflamação (irritação e inchaço) do fígado, causada por um vírus.
Este é encontrado principalmente nas fezes e no sangue de uma pessoa infectada,
cerca de 15 a 45 dias antes de os sintomas aparecerem e durante a primeira
semana da hepatite A.
Pode-se
contrair hepatite A se:
·
Comer ou beber água contaminada por fezes que
contenham o vírus da hepatite A (frutas, verduras, frutos do mar, gelo e água
são fontes comuns do vírus da hepatite A);
·
Mantiver contato com as fezes ou o sangue de uma
pessoa que tenha hepatite A;
·
Uma pessoa contaminada não lavar as mãos
adequadamente após ir ao banheiro e tocar outros objetos ou alimentos.
Para
diagnosticar a hepatite A, o médico realizará um exame físico e verificará se o
fígado está aumentado e sensível. Os exames de sangue para diagnosticar
a hepatite A podem mostrar:
·
Alto nível de anticorpos IgM e IgG para hepatite A
(o IgM normalmente é positivo antes do IgG)
·
Níveis elevados de enzimas hepáticas (testes de
função hepática), especialmente níveis de enzimas transaminases.
Os
sintomas se dão tanto devido aos danos do vírus como à reação destrutiva para
as células infectadas
pelo sistema imunitário. Mais de metade dos doentes são assintomáticos,
particularmente crianças.
Os sintomas mais comuns são:
- Pele e olhos amarelados;
- Febre;
- Dor abdominal;
- Náuseas e vômito;
- Falta de apetite;
- Urina mais escura;
- Fadiga (Cansaço)
- Dor nas articulações;
- Diarreia que pode durar até cerca de um mês.
Quando acomete adultos, a doença é
muito mais sintomática, prolongada e com risco
muito maior de agravar do que na criança.
Assim como em
outras doenças virais comuns, o próprio organismo combate a doença sendo o
tratamento mais comum apenas dos sintomas. É importante repouso e beber muita
água.
Pessoas que
vivam no mesmo domicílio que o paciente infectado ou que estejam em más
condições de saúde podem receber imunoglobulina policlonal para protegê-los
contra a infecção. O consumo de álcool deve ser abolido até pelo menos três
meses depois que as enzimas hepáticas voltaram ao normal.
As medidas preventivas consistem em:
- Ter bons hábitos de higienização das mãos, alimentar-se com alimentos de origem esclarecida, ingerir água tratada (uso de cloro na desinfecção da água);
- Cuidados de saneamento básico: (esgoto, fossas sépticas).
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