domingo, 22 de março de 2015

Boletim Epidemiológico – Diarreias 03/2015

            A diarreia é uma doença muito comum em nosso meio e vem aumentado nas últimas semanas. Consiste na evacuação de fezes líquidas, de forma frequente e sem controle (acima de três episódios por dia). Pode ser tanto aguda quanto crônica, dependendo do tempo de duração dos sintomas.
            A aguda tem início súbito e permanece até duas semanas, sendo que a grande maioria acaba entre três a cinco dias. A crônica dura mais de duas semanas e requer um acompanhamento médico mais rigoroso para descobrir sua causa e realizar o tratamento mais adequado.
            A maior parte das diarreias agudas é causada por vírus, bactérias ou parasitas encontrados em água e alimentos contaminados. Também pode ser causada pelo uso de algum medicamento como antibióticos e laxantes. Outros fatores podem desencadear episódios diarreicos, a exemplo de:
     ·         Exposição à água não tratada;
     ·         Encanamentos furados;
     ·         Depósitos mal fechados ou sujos;
     ·         Banho em rio, açude ou piscina contaminada;
     ·         Não lavar bem as mãos e utensílios domésticos de mesa e fogão;
·         Higiene precária.


            Além das fezes líquidas, é comum o paciente apresentar distensão e cólicas abdominais, flatulência (excesso de gases), mal-estar, náuseas e vômitos. Embora menos frequente, também pode apresentar sangue ou pus nas fezes e febre, o que confere certa gravidade e exige o acompanhamento médico mais rigoroso.

            Mesmo sendo uma doença simples, a diarreia pode complicar, principalmente quando acomete idosos, crianças e pessoas com imunidade baixa, uma vez que estas desidratam mais rápido e podem evoluir com complicações. Nesses casos, devemos ficar atentos e procurar o hospital, na presença dos seguintes sintomas: ressecamento da pele, saliva escassa e espessa, sede excessiva, cansaço e sonolência.
            A princípio, o tratamento das diarreias consiste na reposição de líquidos, através da ingestão de soro caseiro depois das evacuações, bem como de água devidamente tratada, várias vezes ao dia, além de alimentação sem gordura, laxantes ou frituras.
            O saneamento básico adequado, incluindo redes de esgoto e água potável nas residências, previne um grande número de casos. O armazenamento e preparo adequado dos alimentos, incluindo sua conservação em geladeira, não exposição a moscas, cozimento dos alimentos e lavagem dos mesmos com água tratada, também, são importantes formas de prevenção.
            É de suma importância que a água de beber seja fervida, filtrada e clorada. A cloração pode ser feita com hipoclorito ou água sanitária. Usa-se uma gota para cada litro de água. Após meia hora, a água já está pronta para o consumo.
            Devemos ficar atentos com o banho de açudes e bica, principalmente nas primeiras chuvas, uma vez que as telhas e calhas ainda estão sujas. Dessa forma, além de diarreia, a pessoa pode contrair hepatite, doenças de pele ou até mesmo leptospirose.

            Segundo dados das notificações feitas pelo Hospital Regional, Unidades de Saúde da Família, Agentes Comunitários de Saúde, o município de Picuí vem apresentando oscilação no número de casos de diarreia, conforme mostra o gráfico abaixo. Durante as 10 primeiras semanas do ano (01/01/2015 a 15/03/2105), foram registrados 650 casos. Número que aumentou após as poucas chuvas na região. 


            A prevenção é uma ação que deve ser feita diariamente em nossas residências. A responsabilidade é de todos e se cada um fizer sua parte, evitaremos a ocorrência de surtos e agravamento de casos em nosso município. 


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