terça-feira, 27 de maio de 2014

PROGRAMAÇÃO PARA TRABALHAR A PREVENÇÃO DE DENGUE E HEPATITE NO MUNICÍPIO DE PICUÍ 2014

OBJETIVO: Sensibilizar toda comunidade picuiense no sentido de eliminar principalmente o foco da Dengue em suas próprias residências.

PROFISSINAIS ENVOLVIDOS: Secretaria de Saúde (Equipes da Estratégia Saúde da Família - ACS's, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental - Agentes de Endemias) e Secretaria de Educação (Equipe Técnico Pedagógica, Gestores, professores, alunos e pais de alunos).






Hepatite A no município de Picuí - Maio 2014

Até a primeira semana de maio foram notificados 19 casos de hepatites virais no município de Picuí, mais do dobro notificado durante todo o ano de 2013, onde foram notificados e confirmados 07 casos de hepatite A em crianças. Os casos notificados são de residentes do Bairro São José, Bairro Limeira e Bairro Monte Santo.
Em virtude desse elevado número de notificações, a Coordenação da Vigilância Epidemiológica, juntamente com a Vigilância Ambiental e as ESF’s, estão realizando algumas ações inerentes a estes casos, de forma a melhorar a investigação epidemiológica destes, uma vez que tais valores são indicativos de um surto de hepatite A. Esse tipo de doença está diretamente ligado a saneamento básico e condições desfavoráveis de higiene.
Até o momento, já foram confirmados 04 casos de hepatites virais. Diferente do ano passado, a maioria das notificações de 2014 são em adulto do sexo masculino. Diante do ocorrido, as seguintes ações foram feitas:
  •         Reunião com a equipe pedagógica da Secretaria de Educação, bem como da EMEF Pedro Henriques da Costa para informações referentes ao surto ocorrido;
  •         Solicitação, à 4ª Gerência Regional de Saúde, o envio de Hipoclorito de Sódio para a realização de ações de prevenção por parte dos Agentes Comunitários de Saúde e respectivas ESFs;
  •         Distribuição dos Hipocloritos de Sódio com as ESF e algumas escolas municipais;
  •         Divulgação na mídia local, através de informações sobre hepatites virais, bem como prevenção, tratamento, cuidados com a água e alimentos contaminados, assim como higiene pessoal e vacinação disponível;
  •         Reunião com os ACS’s para intensificar as ações inerentes ao tema;
  •         Visitas realizadas pelas ESFs nas escolas onde as crianças com hepatites estudam para a realização de palestras educativas e distribuição de panfletos;
  •         Visitas domiciliares às residências das crianças acometidas, com intuito de realizar investigação epidemiológica;
  •         Solicitação à Vigilância Ambiental da análise das águas nas residências em questão, bem como das escolas onde as crianças frequentam;
  •         Envio do relatório para a Secretaria de Infra Estrutura e Secretaria de Saúde, informando a existência dos esgotos e lixo para a tomada das devidas providências;
  •         Solicitação de sorologia para os comunicantes diretos;
  •         Averiguação da caderneta de vacina de todas as crianças notificadas com encaminhamento para a sala de vacina, para aquelas com esquema incompleto ou não iniciado;
  •         Encaminhamento de todos os comunicantes adultos ao setor de Imunização para a realização e atualização do esquema de vacina para Hepatite B;
  •         Orientação sobre tratamento, repouso, cuidados de higiene, tratamento de água com Hipoclorito de Sódio para todas as pessoas das casas visitadas;
  •         Confecção de panfletos informativos para distribuição com a população.

A hepatite A é a inflamação (irritação e inchaço) do fígado, causada por um vírus. Este é encontrado principalmente nas fezes e no sangue de uma pessoa infectada, cerca de 15 a 45 dias antes de os sintomas aparecerem e durante a primeira semana da hepatite A.
Pode-se contrair hepatite A se:
·         Comer ou beber água contaminada por fezes que contenham o vírus da hepatite A (frutas, verduras, frutos do mar, gelo e água são fontes comuns do vírus da hepatite A);
·         Mantiver contato com as fezes ou o sangue de uma pessoa que tenha hepatite A;
·         Uma pessoa contaminada não lavar as mãos adequadamente após ir ao banheiro e tocar outros objetos ou alimentos.
Para diagnosticar a hepatite A, o médico realizará um exame físico e verificará se o fígado está aumentado e sensível. Os exames de sangue para diagnosticar a hepatite A podem mostrar:
·         Alto nível de anticorpos IgM e IgG para hepatite A (o IgM normalmente é positivo antes do IgG)
·         Níveis elevados de enzimas hepáticas (testes de função hepática), especialmente níveis de enzimas transaminases.
Os sintomas se dão tanto devido aos danos do vírus como à reação destrutiva para as células infectadas pelo sistema imunitário. Mais de metade dos doentes são assintomáticos, particularmente crianças.
Os sintomas mais comuns são:
  •         Pele e olhos amarelados;
  •         Febre;
  •         Dor abdominal;
  •         Náuseas e vômito;
  •         Falta de apetite;
  •         Urina mais escura;
  •         Fadiga (Cansaço)
  •         Dor nas articulações;
  •         Diarreia que pode durar até cerca de um mês.
           Quando acomete adultos, a doença é muito mais sintomática, prolongada e com risco muito maior de agravar do que na criança.
Assim como em outras doenças virais comuns, o próprio organismo combate a doença sendo o tratamento mais comum apenas dos sintomas. É importante repouso e beber muita água.
Pessoas que vivam no mesmo domicílio que o paciente infectado ou que estejam em más condições de saúde podem receber imunoglobulina policlonal para protegê-los contra a infecção. O consumo de álcool deve ser abolido até pelo menos três meses depois que as enzimas hepáticas voltaram ao normal.
As medidas preventivas consistem em:
  •         Ter bons hábitos de higienização das mãos, alimentar-se com alimentos de origem esclarecida, ingerir água tratada (uso de cloro na desinfecção da água);
  •         Cuidados de saneamento básico: (esgoto, fossas sépticas).
Continuamos em meio às atividades com o intuito de evitar que haja o aumento no número de casos de hepatite A em nosso município. Ainda aguardamos os resultados das análises das águas coletadas. 

sexta-feira, 9 de maio de 2014

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE PICUÍ

DADOS REFERENTES ÀS SEMANAS EPIDEMIOLÓGICAS 01 A 18 / 2014
(29/12/2013 a 03/05 de 2014) 

A dengue é uma infecção viral que se tornou um grave problema de saúde pública no Brasil, assim como em outras regiões tropicais do mundo. É de transmissão essencialmente urbana, ambiente no qual se encontram todos os fatores fundamentais para sua ocorrência: o homem, o vírus, o vetor e, principalmente as condições políticas, econômicas e culturais que formam a estrutura que permite o estabelecimento da cadeia de transmissão.
O vírus da dengue pode se apresentar de quatro formas diferentes, que vai desde a forma inaparente, isto é, quando a pessoa está com a doença mas os sintomas não se manifestam, até quadros de hemorragia, que podem levar o doente ao choque e ao óbito.
A apresentação típica da dengue inclui a presença de febre há menos de 7 dias, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas:

  • Cefaléia (Dor de cabeça);
  • Dor atrás dos olhos;
  • Dor muscular;
  • Dor nas articulações;
  • Abatimento físico;
  • Manchas vermelhas pelo corpo;
  • Náuseas ou vômitos.

A febre é geralmente a primeira manifestação, com início repentino e temperatura superior a 38ºC. Em crianças, a dengue pode se manifestar através de sintomas inespecíficos como dor abdominal, rubor facial, náuseas, vômitos, diarreia, falta de apetite e irritabilidade.
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado no dia 23/04/2014 pelo Ministério da Saúde houve uma queda nos casos de dengue nos três primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Em 2014, foram 215.169 notificações, o que representa uma redução de 76,7% quando comparado ao primeiro trimestre do ano passado (921.716)O número de casos graves da doença também caiu 80% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2013. De 1º de janeiro a 5 de abril, foram confirmados 937 casos graves da doença, contra 4.722 em 2013.
Seguindo a mesma tendência, os óbitos pela doença diminuíram 87% em relação a 2013. No período, foram confirmados 47 óbitos, sendo que no ano passado foram 368. Treze estados não registraram óbitos neste período: Rondônia, Acre, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os estados do Amapá, Roraima, Sergipe, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Sul, apresentaram os menores índices de notificação pela doença neste período.  
O Ministro da Saúde atribui a queda no número de casos graves à organização da rede pública de saúde em todo o país, à ampliação no fluxo de atendimento, ao diagnóstico precoce e, sobretudo, a uma maior conscientização da população.
No município de Picuí, os dados seguem o mesmo parâmetro nacional. Nos primeiros meses de 2014 tivemos uma redução de aproximadamente 20% no número de casos suspeitos notificados. Até o momento foram 26 notificações. Destas, apenas 02 tiveram resultado confirmado por sorologia e 02 foram descartados. (em 2013 foram 33 notificações e 06 foram confirmados). Não houve nenhum caso de agravamento da dengue, nem óbito em nosso município.
Tal redução deve-se ao trabalho em equipe realizado pelos profissionais da saúde que vem sendo desenvolvido:
  • Os agentes de endemias, a cada 2 meses, realizam as visitas domiciliares, a procura de larvas do mosquito. Em caso positivo, realizam o devido tratamento;
  • As unidades de saúde fazem o atendimento e notificam o caso suspeito, semanalmente;
  • A Vigilância Epidemiológica recebe essas notificações e inicia a investigação dos casos, identificando tais pacientes e seus respectivos endereços, informando à Vigilância Ambiental, para que as devidas medidas sejam tomadas;
  • As medidas emergenciais são: providenciar o carro fumacê para eliminação do mosquito em sua forma alada; delimitação de foco nas localidades onde há casos confirmados de dengue; campanhas, arrastões e palestras educativas nas escolas;
  • Os exames são enviados ao LACEN (único laboratório aceito pelo Ministério da Saúde);
  • Qualquer informação só pode ser divulgada oficialmente, após a confirmação do resultado pelo LACEN.
No que diz respeito ao óbito ocorrido recentemente, em abril do corrente ano, a vítima residia no município de Cuité e trabalhava no nosso município, tendo sido encaminhado e notificado pelo Hospital Regional de Picuí. Assim, não há como saber onde o paciente contraiu a doença, nem tampouco por qual motivo os sintomas se agravaram. Há vários fatores predisponentes a um caso de agravamento: automedicação, adiamento em procurar o profissional médico, uso de medicamentos a base de Ácido Acetil Salicílico (AAS), dentre outras. É importante destacar ainda que a causa mortis do referido paciente só será confirmada após concluída a investigação. Isso porque a sorologia realizada indica apenas que ele estava com o vírus da dengue, sem, no entanto, maiores comprovações para o diagnóstico de dengue hemorrágica.
Portanto, aos primeiros sintomas da doença (febre, dor de cabeça, dores nas articulações e no fundo dos olhos), a recomendação do Ministério da Saúde é procurar o serviço de saúde mais próximo e não se automedicar. Quem usa remédio por conta própria pode camuflar sintomas e, com isso, dificultar o diagnóstico.
            Para diminuir a proliferação do mosquito, é importante que a população verifique o adequado armazenamento de água, o acondicionamento do lixo e a eliminação de todos os recipientes sem uso que possam acumular água e virar criadouros do mosquito. Além disso, é essencial que, nos ambientes públicos, sejam realizados serviços que contribuam para a eliminação dos focos, como recolhimento regular de lixo nas vias, a limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e borracharias.
Picuí-PB, 07 de maio de 2014

AIRY YSMÊNIA DE LIMA MEDEIROS
Coordenadora Municipal de Vigilância Epidemiológica