terça-feira, 27 de maio de 2014

PROGRAMAÇÃO PARA TRABALHAR A PREVENÇÃO DE DENGUE E HEPATITE NO MUNICÍPIO DE PICUÍ 2014

OBJETIVO: Sensibilizar toda comunidade picuiense no sentido de eliminar principalmente o foco da Dengue em suas próprias residências.

PROFISSINAIS ENVOLVIDOS: Secretaria de Saúde (Equipes da Estratégia Saúde da Família - ACS's, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental - Agentes de Endemias) e Secretaria de Educação (Equipe Técnico Pedagógica, Gestores, professores, alunos e pais de alunos).






Hepatite A no município de Picuí - Maio 2014

Até a primeira semana de maio foram notificados 19 casos de hepatites virais no município de Picuí, mais do dobro notificado durante todo o ano de 2013, onde foram notificados e confirmados 07 casos de hepatite A em crianças. Os casos notificados são de residentes do Bairro São José, Bairro Limeira e Bairro Monte Santo.
Em virtude desse elevado número de notificações, a Coordenação da Vigilância Epidemiológica, juntamente com a Vigilância Ambiental e as ESF’s, estão realizando algumas ações inerentes a estes casos, de forma a melhorar a investigação epidemiológica destes, uma vez que tais valores são indicativos de um surto de hepatite A. Esse tipo de doença está diretamente ligado a saneamento básico e condições desfavoráveis de higiene.
Até o momento, já foram confirmados 04 casos de hepatites virais. Diferente do ano passado, a maioria das notificações de 2014 são em adulto do sexo masculino. Diante do ocorrido, as seguintes ações foram feitas:
  •         Reunião com a equipe pedagógica da Secretaria de Educação, bem como da EMEF Pedro Henriques da Costa para informações referentes ao surto ocorrido;
  •         Solicitação, à 4ª Gerência Regional de Saúde, o envio de Hipoclorito de Sódio para a realização de ações de prevenção por parte dos Agentes Comunitários de Saúde e respectivas ESFs;
  •         Distribuição dos Hipocloritos de Sódio com as ESF e algumas escolas municipais;
  •         Divulgação na mídia local, através de informações sobre hepatites virais, bem como prevenção, tratamento, cuidados com a água e alimentos contaminados, assim como higiene pessoal e vacinação disponível;
  •         Reunião com os ACS’s para intensificar as ações inerentes ao tema;
  •         Visitas realizadas pelas ESFs nas escolas onde as crianças com hepatites estudam para a realização de palestras educativas e distribuição de panfletos;
  •         Visitas domiciliares às residências das crianças acometidas, com intuito de realizar investigação epidemiológica;
  •         Solicitação à Vigilância Ambiental da análise das águas nas residências em questão, bem como das escolas onde as crianças frequentam;
  •         Envio do relatório para a Secretaria de Infra Estrutura e Secretaria de Saúde, informando a existência dos esgotos e lixo para a tomada das devidas providências;
  •         Solicitação de sorologia para os comunicantes diretos;
  •         Averiguação da caderneta de vacina de todas as crianças notificadas com encaminhamento para a sala de vacina, para aquelas com esquema incompleto ou não iniciado;
  •         Encaminhamento de todos os comunicantes adultos ao setor de Imunização para a realização e atualização do esquema de vacina para Hepatite B;
  •         Orientação sobre tratamento, repouso, cuidados de higiene, tratamento de água com Hipoclorito de Sódio para todas as pessoas das casas visitadas;
  •         Confecção de panfletos informativos para distribuição com a população.

A hepatite A é a inflamação (irritação e inchaço) do fígado, causada por um vírus. Este é encontrado principalmente nas fezes e no sangue de uma pessoa infectada, cerca de 15 a 45 dias antes de os sintomas aparecerem e durante a primeira semana da hepatite A.
Pode-se contrair hepatite A se:
·         Comer ou beber água contaminada por fezes que contenham o vírus da hepatite A (frutas, verduras, frutos do mar, gelo e água são fontes comuns do vírus da hepatite A);
·         Mantiver contato com as fezes ou o sangue de uma pessoa que tenha hepatite A;
·         Uma pessoa contaminada não lavar as mãos adequadamente após ir ao banheiro e tocar outros objetos ou alimentos.
Para diagnosticar a hepatite A, o médico realizará um exame físico e verificará se o fígado está aumentado e sensível. Os exames de sangue para diagnosticar a hepatite A podem mostrar:
·         Alto nível de anticorpos IgM e IgG para hepatite A (o IgM normalmente é positivo antes do IgG)
·         Níveis elevados de enzimas hepáticas (testes de função hepática), especialmente níveis de enzimas transaminases.
Os sintomas se dão tanto devido aos danos do vírus como à reação destrutiva para as células infectadas pelo sistema imunitário. Mais de metade dos doentes são assintomáticos, particularmente crianças.
Os sintomas mais comuns são:
  •         Pele e olhos amarelados;
  •         Febre;
  •         Dor abdominal;
  •         Náuseas e vômito;
  •         Falta de apetite;
  •         Urina mais escura;
  •         Fadiga (Cansaço)
  •         Dor nas articulações;
  •         Diarreia que pode durar até cerca de um mês.
           Quando acomete adultos, a doença é muito mais sintomática, prolongada e com risco muito maior de agravar do que na criança.
Assim como em outras doenças virais comuns, o próprio organismo combate a doença sendo o tratamento mais comum apenas dos sintomas. É importante repouso e beber muita água.
Pessoas que vivam no mesmo domicílio que o paciente infectado ou que estejam em más condições de saúde podem receber imunoglobulina policlonal para protegê-los contra a infecção. O consumo de álcool deve ser abolido até pelo menos três meses depois que as enzimas hepáticas voltaram ao normal.
As medidas preventivas consistem em:
  •         Ter bons hábitos de higienização das mãos, alimentar-se com alimentos de origem esclarecida, ingerir água tratada (uso de cloro na desinfecção da água);
  •         Cuidados de saneamento básico: (esgoto, fossas sépticas).
Continuamos em meio às atividades com o intuito de evitar que haja o aumento no número de casos de hepatite A em nosso município. Ainda aguardamos os resultados das análises das águas coletadas. 

sexta-feira, 9 de maio de 2014

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE PICUÍ

DADOS REFERENTES ÀS SEMANAS EPIDEMIOLÓGICAS 01 A 18 / 2014
(29/12/2013 a 03/05 de 2014) 

A dengue é uma infecção viral que se tornou um grave problema de saúde pública no Brasil, assim como em outras regiões tropicais do mundo. É de transmissão essencialmente urbana, ambiente no qual se encontram todos os fatores fundamentais para sua ocorrência: o homem, o vírus, o vetor e, principalmente as condições políticas, econômicas e culturais que formam a estrutura que permite o estabelecimento da cadeia de transmissão.
O vírus da dengue pode se apresentar de quatro formas diferentes, que vai desde a forma inaparente, isto é, quando a pessoa está com a doença mas os sintomas não se manifestam, até quadros de hemorragia, que podem levar o doente ao choque e ao óbito.
A apresentação típica da dengue inclui a presença de febre há menos de 7 dias, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas:

  • Cefaléia (Dor de cabeça);
  • Dor atrás dos olhos;
  • Dor muscular;
  • Dor nas articulações;
  • Abatimento físico;
  • Manchas vermelhas pelo corpo;
  • Náuseas ou vômitos.

A febre é geralmente a primeira manifestação, com início repentino e temperatura superior a 38ºC. Em crianças, a dengue pode se manifestar através de sintomas inespecíficos como dor abdominal, rubor facial, náuseas, vômitos, diarreia, falta de apetite e irritabilidade.
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado no dia 23/04/2014 pelo Ministério da Saúde houve uma queda nos casos de dengue nos três primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Em 2014, foram 215.169 notificações, o que representa uma redução de 76,7% quando comparado ao primeiro trimestre do ano passado (921.716)O número de casos graves da doença também caiu 80% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2013. De 1º de janeiro a 5 de abril, foram confirmados 937 casos graves da doença, contra 4.722 em 2013.
Seguindo a mesma tendência, os óbitos pela doença diminuíram 87% em relação a 2013. No período, foram confirmados 47 óbitos, sendo que no ano passado foram 368. Treze estados não registraram óbitos neste período: Rondônia, Acre, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os estados do Amapá, Roraima, Sergipe, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Sul, apresentaram os menores índices de notificação pela doença neste período.  
O Ministro da Saúde atribui a queda no número de casos graves à organização da rede pública de saúde em todo o país, à ampliação no fluxo de atendimento, ao diagnóstico precoce e, sobretudo, a uma maior conscientização da população.
No município de Picuí, os dados seguem o mesmo parâmetro nacional. Nos primeiros meses de 2014 tivemos uma redução de aproximadamente 20% no número de casos suspeitos notificados. Até o momento foram 26 notificações. Destas, apenas 02 tiveram resultado confirmado por sorologia e 02 foram descartados. (em 2013 foram 33 notificações e 06 foram confirmados). Não houve nenhum caso de agravamento da dengue, nem óbito em nosso município.
Tal redução deve-se ao trabalho em equipe realizado pelos profissionais da saúde que vem sendo desenvolvido:
  • Os agentes de endemias, a cada 2 meses, realizam as visitas domiciliares, a procura de larvas do mosquito. Em caso positivo, realizam o devido tratamento;
  • As unidades de saúde fazem o atendimento e notificam o caso suspeito, semanalmente;
  • A Vigilância Epidemiológica recebe essas notificações e inicia a investigação dos casos, identificando tais pacientes e seus respectivos endereços, informando à Vigilância Ambiental, para que as devidas medidas sejam tomadas;
  • As medidas emergenciais são: providenciar o carro fumacê para eliminação do mosquito em sua forma alada; delimitação de foco nas localidades onde há casos confirmados de dengue; campanhas, arrastões e palestras educativas nas escolas;
  • Os exames são enviados ao LACEN (único laboratório aceito pelo Ministério da Saúde);
  • Qualquer informação só pode ser divulgada oficialmente, após a confirmação do resultado pelo LACEN.
No que diz respeito ao óbito ocorrido recentemente, em abril do corrente ano, a vítima residia no município de Cuité e trabalhava no nosso município, tendo sido encaminhado e notificado pelo Hospital Regional de Picuí. Assim, não há como saber onde o paciente contraiu a doença, nem tampouco por qual motivo os sintomas se agravaram. Há vários fatores predisponentes a um caso de agravamento: automedicação, adiamento em procurar o profissional médico, uso de medicamentos a base de Ácido Acetil Salicílico (AAS), dentre outras. É importante destacar ainda que a causa mortis do referido paciente só será confirmada após concluída a investigação. Isso porque a sorologia realizada indica apenas que ele estava com o vírus da dengue, sem, no entanto, maiores comprovações para o diagnóstico de dengue hemorrágica.
Portanto, aos primeiros sintomas da doença (febre, dor de cabeça, dores nas articulações e no fundo dos olhos), a recomendação do Ministério da Saúde é procurar o serviço de saúde mais próximo e não se automedicar. Quem usa remédio por conta própria pode camuflar sintomas e, com isso, dificultar o diagnóstico.
            Para diminuir a proliferação do mosquito, é importante que a população verifique o adequado armazenamento de água, o acondicionamento do lixo e a eliminação de todos os recipientes sem uso que possam acumular água e virar criadouros do mosquito. Além disso, é essencial que, nos ambientes públicos, sejam realizados serviços que contribuam para a eliminação dos focos, como recolhimento regular de lixo nas vias, a limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e borracharias.
Picuí-PB, 07 de maio de 2014

AIRY YSMÊNIA DE LIMA MEDEIROS
Coordenadora Municipal de Vigilância Epidemiológica

segunda-feira, 31 de março de 2014

MORBIDADE

            O adoecimento do município de Picuí confirma a tendência apresentada em algumas regiões e/ou Estado, onde há uma predominância de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), bem como Infecção das Vias Aéreas Superiores (IVAS), virose, Infecção do Trato Urinário (ITU), gastrite, insônia, dermatite, dentre outras. Também foram listadas Diabetes Mellitus (DM), dislipidemias, depressão, cefaleia e alguns transtornos psiquiátricos, embora com um número bem inferior. Na tabela abaixo, estão listadas as 10 doenças mais prevalentes no município de Picuí, durante os onzes meses de 2013:


            De acordo com os valores obtidos, percebe-se que o município apresenta uma acentuada prevalência de casos na zona urbana, com 69,6% dos atendimentos; trata-se de um resultado já previsto, já que é onde reside o maior número de habitantes. Com relação ao gênero, os valores também estão dentro do padrão esperado, uma vez que, 64,2% das pessoas atendidas são mulheres.
            Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), devido a alguns fatores biológicos e comportamentais, as mulheres vivem mais que os homens, o que ocasiona uma maior procura aos serviços de saúde por parte destas, já que culturalmente aprendem a cuidar da saúde desde cedo. O que também contribui para essa elevada demanda é o elevado índice de stress no trabalho e serviços de casa.
            O fato da HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica) ter um alto número de atendimentos se deve ao acompanhamento do HIPERDIA pelas ESFs, de forma a prevenir complicações circulatórias e vasculares. Outra questão de destaque é o baixo índice, na zona rural, de doenças relacionadas aos sistemas gastrointestinal e nervoso, tais como cólicas abdominais, gastrite, cefaléia, ansiedade e insônia.
No tocante às doenças do sistema nervoso, sabe-se que pacientes que residem na zona rural, além das atividades do campo, realizam mais atividades domésticas, possuem um maior convívio familiar e com a natureza, comparando-se com os residentes na zona urbana. Em se tratando do sistema gastrointestinal, observa-se que os pacientes da zona rural, em sua maioria, possuem uma alimentação mais saudável que os residentes urbanos, com menos agrotóxicos, alimentos enlatados, bem como embutidos e em conserva.


É preocupante a quantidade de pacientes atendidos acometidos por doenças neurológicas como insônia, cefaleia e depressão. O padrão de vida do trabalhador, principalmente os que residem na zona urbana, é muito agitado. As atribuições do dia-a-dia estão ficando cada vez maiores, em especial para as mulheres.
Também é importante ressaltar a quantidade de casos de ITU no município, principalmente nas mulheres da zona urbana. Não se sabe ao certo se essa infecção está associada a pouca higiene, ao uso continuo de calça jeans, a um tratamento errado ou não concluído, a uma coleta mal feita ou à associação de todos esses fatores. O importante é descobrir a causa e tratar corretamente, uma vez que as consequências de uma ITU mal ou não tratada podem ser graves. Para tanto, é necessário que seja feita uma ação de toda a equipe de saúde.
Os dados mostram ainda que o maior percentual de atendimento encontra-se na faixa etária dos adultos, em especial aqueles acima de 50anos, uma vez que o percentual encontra-se em 41,4% dos atendimentos. Contrapondo-se a esse valor, as crianças menores de um ano representam 2,4% dos atendimentos realizados de janeiro a novembro de 2013.

PICUÍ PB/ SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação)

O perfil de mortalidade do município é traçado considerando os agravos de notificação compulsória, o que permite identificar a realidade epidemiológica e identificação dos riscos aos quais as pessoas estão sujeitas. Os dados do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) estão relacionados aos casos suspeitos ou confirmados de doenças que são notificadas nas unidades de saúde do município pelos profissionais de saúde. A próxima tabela destaca as doenças notificadas e investigadas no ano de 2012 e nas 50 semanas epidemiológicas de 2013, o que equivale até o dia 15 de dezembro do corrente ano.


            De acordo com o exposto, percebe-se que o Coeficiente de Incidência (CI) da dengue aumentou consideravelmente em 2013, assim como o do atendimento antirrábico, mas em menor proporção. Sabe-se que este nível elevado de dengue abrange todo o Brasil e é um fator preocupante da saúde pública nacional. Com relação ao número de casos antirrábicos, é necessário repensar a atuação de um centro de zoonoses para controle destes animais, sejam domésticos ou silvestres.
            Todavia, todos os casos notificados estão sendo monitorados e acompanhados. Portanto, sujeitos à modificação. Semanalmente está sendo enviado à Vigilância Ambiental um relatório com os resultados das sorologias realizadas pelo LACEN, de modo a agilizar a busca ativa e eliminação dos focos. Tal ação vem fortalecer o trabalho multi e interdisciplinar. Sendo assim, houve mobilização por parte da Vigilância Ambiental em parceria com a Vigilância Epidemiológica, através de trabalho em campo, palestras, divulgação em rádio, bem como capacitações para os profissionais de saúde.
            Nos meses de junho, agosto, setembro e outubro, a coordenação de vigilância epidemiológica participou de reuniões com a 4ª Gerência Regional de Saúde, Equipe técnica do Estado e Profissionais do Hospital Regional, com o intuito de aprimorar as condutas relacionadas ao manejo clínico da dengue.
            Em se tratando dos casos de sífilis congênita, foram notificados 04 casos, onde apenas um foi descartado, após investigação. Esse valor está acima do preconizado, uma vez que esta infecção significa falência no tratamento de sífilis em gestante, que por sua vez encontra-se com um CI de 21,95(04 casos), valor bem maior que o do ano passado e no limiar da pactuação feita. Tal dado nos causa preocupação, uma vez que todas as gestantes precisam ser tratadas, para evitar transmissão vertical durante o parto. O diagnóstico da sífilis gestacional deve ser feito no inicio do pré-natal para que as devidas ações sejam colocadas em prática em tempo hábil.
            No tocante aos casos de Hepatites virais, tivemos um aumento considerável na notificação dos casos, visto que houve 04 notificações em apenas uma semana epidemiológica, totalizando 07. No entanto, temos um caso descartado e os demais tiveram sorologia positiva para Hepatite A. Os resultados sorológicos dos pacientes, bem como de seus comunicantes também conferem resultados não reagentes para Hepatites B e C. A análise da água foi realizada nas escolas onde tais crianças frequentam e em suas residências. Todos os resultados foram satisfatórios. Diante do exposto, as seguintes ações foram desenvolvidas:
  •         Envio de memorando à Secretaria de Educação, informando os casos ocorridos;
  •         Solicitado, à 4ª Gerência Regional de Saúde, o envio de Hipoclorito de Sódio para a realização de ações de prevenção por parte dos Agentes Comunitários de Saúde e respectivas ESFs;
  •        Divulgação na mídia local, através de informações sobre hepatites virais, bem como prevenção, tratamento, cuidados com a água e alimentos contaminados, assim como higiene pessoal e vacinação disponível.
  •        Visitas realizadas pelas ESFs nas escolas onde as crianças com hepatites estudam para a realização de palestras educativas e distribuição de panfletos;
  •        Visitas domiciliares às residências das crianças acometidas, com intuito de realizar investigação epidemiológica;
  •       Solicitação à Vigilância Ambiental da análise das águas nas residências em questão, bem como das escolas onde as crianças frequentam.
  •        Envio do relatório para a Secretaria de Infra Estrutura, informando a existência dos esgotos e lixo para a tomada das devidas providências;
  •        Solicitação de sorologia para os comunicantes diretos;
  •        Averiguação da caderneta de vacina de todas as crianças notificadas com encaminhamento para a sala de vacina, para aquelas com esquema incompleto ou não iniciado;
  •        Encaminhamento de todos os comunicantes adultos ao setor de Imunização para a realização e atualização do esquema de vacina para Hepatite B;
  •        Orientação sobre tratamento, repouso, cuidados de higiene, tratamento de água com Hipoclorito de Sódio para todas as pessoas das casas visitadas.

            Continuamos vigilantes, através da prevenção e promoção da saúde, além de um trabalho em equipe desenvolvido com as ESFs. Desta forma, continuamos atuantes e vigilantes para qualquer alteração no padrão epidemiológico da Hepatite A.
Até o momento não foi notificado nenhum caso de tuberculose e/ou hanseníase. Porém, o último caso de hanseníase acompanhado no município, desde 2012, teve alta por cura no primeiro semestre, o que nos mostra 100% de cura, superando a meta municipal pactuada de 75%.
            Devido a alguns problemas no sistema federal e regional, algumas notificações ainda estão pendentes ou ainda não foram informadas. No entanto, a 4ª GRS bem como o núcleo estadual estão cientes e atualizando os dados gradativamente, sem que haja prejuízo para qualquer município.

Picuí e o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC)

Em 2012, a taxa de natalidade (TN) do município de Picuí foi de 14,7, menor que em 2011, onde a TN foi de 15,69. Nos onze meses decorridos de 2013, esse valor encontra-se em 13,1, o que já nos mostra um declínio nessa taxa, correspondendo ao menor percentual nos últimos anos.


            Contrapondo-se à taxa de natalidade, o valor da Proporção de Idosos na População (PIP) no município mantém-se em 14,62, mesmo havendo um envelhecimento populacional nos últimos anos. Entretanto, o cálculo é feito com base no último censo do IBGE, em 2010.
            Embora 51% da população picuiense seja feminina (segundo IBGE - 2010) e continue nascendo mais mulheres que homens, a Razão de Masculinidade (RM), ou razão de sexos, apresenta uma discreta predominância masculina em 2012 (RM: 108,08). Nos onze meses de 2013, houve um declínio desta proporção, já que o percentual do sexo masculino é de 48,7%, tendo uma RM de 95.



De acordo com os resultados das variáveis descritas acima, houve uma redução na proporção de gestantes sem nenhuma consulta de pré-natal e um aumento no número de gestantes com mais de sete consultas, o que confere uma melhor qualidade na assistência pré-natal do município. Tal índice passou de 82,5%, em 2012, para 87,4%, em 2013, superando os 80% pactuados.
Uma variante que preocupa o município é o índice de partos cesarianos, que está ultrapassando a meta de 50% pactuada e preconizada pelo Ministério da Saúde. Em 2012, foram 53,4% de partos cesarianos. Em 2013, esse valor já está em 57%.
É necessário, portanto, fazer um trabalho de orientação e conscientização com gestantes, Equipes de Saúde da Família (ESF’s) e profissionais do setor da obstetrícia para identificar as possíveis causas, em busca de soluções pertinentes ao serviço. Como forma de aprimorar o serviço municipal, é necessário que se fortaleça os grupos de gestantes, de forma que haja uma ação multi, inter e transdiciplinar, em parceria com as secretarias de saúde e promoção social, assim como rede hospitalar.
            No que diz respeito à Proporção de Nascidos Vivos de Baixo Peso ao Nascer (PNVBP), o valor foi 2,2%, em 2012. Até o momento, esse valor encontra-se em 5%, o que corresponde ao dobro do ano passado. Tal índice pode estar associado a uma má alimentação da mãe associada a uma anemia gravídica. Todavia, também houve redução no número de RNs sobrepeso, reduzindo a taxa de 8,7% (2012) para 5,4%, esse ano. Portanto, observa-se uma discreta redução no número de RN com peso normal, que passou de 89,7%, em 2012, para 89,6%, em 2013.

          No tocante às variáveis relacionadas à idade da gestante, também houve alterações, já que em 2013 o percentual de gestantes na faixa etária de 14 a 19 caiu de 29,6% (2012) para  25,5%, o que vem mostrar que a gravidez na adolescência é problema nacional e necessita de melhores políticas públicas voltadas para a saúde da mulher adolescente.

domingo, 30 de março de 2014

Vigilância Epidemiológica e o Município de Picuí

Segundo o Ministério da Saúde e em consonância com a Lei 8.080/90, a Vigilância Epidemiológica é o conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva do país (BRASIL, 2007).

Tem como finalidade promover a orientação técnica permanente para os profissionais de saúde, que tem a responsabilidade de decidir sobre execução de ações de controle de doenças e agravos, disponibilizando informações sobre a ocorrência destes, assim como dos fatores que a condicionam, numa área geográfica ou população definida. Compreende os seguintes sistemas de informação:
SIVEP-DDA: O Programa de Monitorização das Doenças Diarréicas Agudas foi implantado em 1994, com o objetivo de detectar precocemente surtos de diarreia. Este busca saber a causa e a gravidade dos casos dessa doença.
SINAN: O Sistema de Informação de Agravos de Notificação é alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da Lista Nacional de Doenças de Notificação Compulsória (Portaria GM/MS Nº 2325 de 08 de dezembro de 2003).
SINASC: O Ministério da Saúde Implantou o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos em 1990 com o objetivo de reunir informações epidemiológicas referentes aos nascimentos informados em todo território nacional. Sua implantação ocorreu de forma lenta e gradual em todas as unidades da Federação e em muitos municípios já apresenta um número de registros maior do que o publicado pelo IBGE, com base nos dados de Cartório de Registro Civil.
SIM: O Sistema de Informação Sobre Mortalidade, desenvolvido pelo Ministério da Saúde em 1975, é produto da unificação de mais de quarenta modelos de instrumentos utilizados, ao longo dos anos, para coletar dados sobre mortalidade no país. Possui variáveis que permitem, a partir da causa mortis atestada pelo médico, construir indicadores e processar análises epidemiológicas que contribuam para a eficiência da gestão em saúde.
            A operacionalização da Vigilância Epidemiológica abrange várias funções especificas, desenvolvidas continuamente, de modo a conhecer o comportamento da doença ou agravo selecionado como alvo das ações para que as devidas medidas possam ser desencadeadas com oportunidade e eficácia. Suas funções são:
Coleta de dados;
Processamento dos dados coletados;
Análise e interpretação dos dados coletados;
Recomendação das medidas de prevenção e controle apropriadas;
Promoção das ações de prevenção e controle indicadas;
Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
Divulgação de informações pertinentes.

DADOS DEMOGRÁFICOS

            De acordo com o último censo demográfico do IBGE (2010), a população de Picuí é composta por 18.222 mil habitantes, sendo 9.269 mulheres e 8.953 homens, o que representa 49% e 51% respectivamente. A predominância é da população jovem, na faixa etária de 20 a 29 anos, a qual representa 17% do total. Os idosos (60 anos ou mais) representam 14% da população. Portanto, percebe-se uma redução da natalidade e aumento da expectativa de vida, bem como a predominância do sexo feminino como mostra o gráfico abaixo: