O adoecimento do município de Picuí
confirma a tendência apresentada em algumas regiões e/ou Estado, onde há uma predominância
de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), bem como Infecção das Vias Aéreas
Superiores (IVAS), virose, Infecção do Trato Urinário (ITU), gastrite, insônia,
dermatite, dentre outras. Também foram listadas Diabetes Mellitus (DM),
dislipidemias, depressão, cefaleia e alguns transtornos psiquiátricos, embora
com um número bem inferior. Na tabela abaixo, estão listadas as 10 doenças mais
prevalentes no município de Picuí, durante os onzes meses de 2013:
De acordo com os valores obtidos,
percebe-se que o município apresenta uma acentuada prevalência de casos na zona
urbana, com 69,6% dos atendimentos; trata-se de um resultado já previsto, já
que é onde reside o maior número de habitantes. Com relação ao gênero, os
valores também estão dentro do padrão esperado, uma vez que, 64,2% das pessoas
atendidas são mulheres.
Conforme a Organização Mundial de
Saúde (OMS), devido a alguns fatores biológicos e comportamentais, as mulheres
vivem mais que os homens, o que ocasiona uma maior procura aos serviços de
saúde por parte destas, já que culturalmente aprendem a cuidar da saúde desde
cedo. O que também contribui para essa elevada demanda é o elevado índice de
stress no trabalho e serviços de casa.
O fato da HAS (Hipertensão Arterial
Sistêmica) ter um alto número de atendimentos se deve ao acompanhamento do
HIPERDIA pelas ESFs, de forma a prevenir complicações circulatórias e
vasculares. Outra questão de destaque é o baixo índice, na zona rural, de
doenças relacionadas aos sistemas gastrointestinal e nervoso, tais como cólicas
abdominais, gastrite, cefaléia, ansiedade e insônia.
No
tocante às doenças do sistema nervoso, sabe-se que pacientes que residem na
zona rural, além das atividades do campo, realizam mais atividades domésticas,
possuem um maior convívio familiar e com a natureza, comparando-se com os
residentes na zona urbana. Em se tratando do sistema gastrointestinal,
observa-se que os pacientes da zona rural, em sua maioria, possuem uma
alimentação mais saudável que os residentes urbanos, com menos agrotóxicos,
alimentos enlatados, bem como embutidos e em conserva.
É
preocupante a quantidade de pacientes atendidos acometidos por doenças
neurológicas como insônia, cefaleia e depressão. O padrão de vida do
trabalhador, principalmente os que residem na zona urbana, é muito agitado. As
atribuições do dia-a-dia estão ficando cada vez maiores, em especial para as
mulheres.
Também
é importante ressaltar a quantidade de casos de ITU no município,
principalmente nas mulheres da zona urbana. Não se sabe ao certo se essa
infecção está associada a pouca higiene, ao uso continuo de calça jeans, a um
tratamento errado ou não concluído, a uma coleta mal feita ou à associação de
todos esses fatores. O importante é descobrir a causa e tratar corretamente,
uma vez que as consequências de uma ITU mal ou não tratada podem ser graves.
Para tanto, é necessário que seja feita uma ação de toda a equipe de saúde.
Os
dados mostram ainda que o maior percentual de atendimento encontra-se na faixa
etária dos adultos, em especial aqueles acima de 50anos, uma vez que o
percentual encontra-se em 41,4% dos atendimentos. Contrapondo-se a esse valor,
as crianças menores de um ano representam 2,4% dos atendimentos realizados de
janeiro a novembro de 2013.